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Afrodis​í​aca

by Iara Rennó

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1.
Lingua Brasa 02:10
QUE M AMA M AMA * Dois devassos atrás dos prédios amassos Mão nos meus peitos e um dedo médio Por baixo * Cada palavra que te sai da boca é uma gota A molhar-me Pura poesia, Mallarmé? Só putaria, a melar-me * Essa buceta que você lambuza Que você lambe Que vc usa Essa buceta que você roça Que você goza Que você sua Essa buceta ninfa mariposa borboleta Batendo as asas às escuras Quer pousar na sua * Buceta é bom - ele disse E assim fez-se A buceta bateu palminha Feito uma foca Pra ganhar O peixe Fez-se o som E o som Era do cacete!
2.
Tara 03:53
O hímem o Iêmem O sexo puritano das mocinhas Do high school americano Nem um terráqueo que trepa Fode surdo à vontade de deus Nem um poço de petróleo em chamas É uma imagem tão absoluta Do psiquismo da criança que fui A excitação polimórfica A boneca barbie Um genital de Quem O obscurantismo da representação sexual da pessoa A obsessão dos santos A cultura do macho O show da xuxa O rito pornográfico do pai de família A vingança da fêmea Mamãe só falava em deus
3.
Santa SEXTA na calada da noite no pé d'ouvido da madrugada dentes sibilando atrás da orelha desnecessária a palavra cala nos dedos deslizando pelas costas omoplatas vértebras flancos nas digitais que me lêem sem pressa pela pele que me arrepia em suspiros expiro e sôo sou mais eu inteira em suas mãos uma no gatilho outra no coração boca na minha nuca pau entre as minhas coxas me arrocha forte morde machuca me cheira me sorve me lambe me come como se eu fosse a santa ceia na sexta feira depois deita em minha cama como fosse a sua me envolve com seus braços como se fossem meus adormece como se fosse um deus e de manhã parte sem dizer um a- deus * Sábado Solene quero te duro quero te dentro esse momento quero que dure e cada dia será o primeiro porque em ti morrerei pra renascer todas as noites * Abstinência sono sem paz rolo na cama sonho com sua pele colada nas minhas costas bem sei sou estranha nas entranhas sinto sua falta em tudo ao redor de que vale o amor a distância essa ânsia de vômito esse embrulho no estômago essa dor no meu âmago alma em chamas corpo em vão vira raiva morte sem luto vou me vestir de preto e afogar o sentimento no fundo do poço vou esquecer de tudo aprender a ser adulto só por um minuto talvez eu cresça e desapareça na noite sem lua no meio da rua insone gritando seu nome nos braços de outro homem * não me queira que eu queimo não me coma que sou veneno te deixo louco faço efeito dou defeito dou vexame não me ame pouco
4.
Porque amar você Se não amo a fantasia de você? Porque amar alguém? Porque amar alguém? Porque amar você Se não amo a nostalgia de você? Porque amar alguém? Porque amar alguém? Esse mar é tão grande e só Naufragar parece melhor A não ser que me ame e a poeira da vida por nós A não ser que me ame e a poeira da vida por nó
5.
gôndolas glândulas gônodas beijo de língua gânglios ínguas morte em veneza
6.
Carne flor 02:41
auto exílio em estado de mini-sítio me excito surpresa me beija-flor sob a lanterna japonesa chuva de ouro no meu copo de leite Deleite-me debaixo da mexiriqueira desejo doce que você me queira maria sem vergonha se deixar até no cacto dá cu piscando vagalume enquanto a boceta borboleta Orquídea aberta Lambe a pitangueira Delírios na roseira Antúrios em riste orquídeas em flor sexo ornamental céu ton sur ton noite me penetra cada minuto ocaso por dentro estou ficando prenhe da noite saudade carnificina minha carne viva a sua por cima Murmúruio no escuro Rastro do meu cio Só na sua boca silencio * nu nesse pasto vem ni mim Eros manifesto faz a festa no meu sexo vem por cima vem por baixo faz de mim o seu cavalo e cavalga esse regaço rosna grunhe geme goza quero todo seu desejo jorra o sêmem no meu rasgo me desprega do meu ego me penetra o ponto cego sob o sol da tarde que me arde enquanto eu Cedo
7.
Krishna não vai chegar a tempo aqui no bosque Minha beleza e juventude são inúteis Eram mentiras as palavras das amigas E em quem agora eu poderei buscar refúgio? Sua seta invisível atingiu-me no peito Quando O buscava à noite pela selva escura Eram mentiras as palavras das amigas E em quem agora eu poderei buscar refúgio? Porque arder sozinha no fogo do amor? Melhor morrer do que viver num corpo inútil. Eram mentiras as palavras das amigas E em quem agora eu poderei buscar refúgio? Eu espero aqui entre árvores afrodisíacas Mas com certeza Ele esqueceu de nosso assunto. Eram mentiras as palavras das amigas E em quem agora eu poderei buscar refúgio?
8.
Vem mais 02:43
canção de amigo redondilha menor em Lá maior círculo perfeito ao sol côncavo recôncavo nu sobre o lençol samba de uma nota só como não desejar tocar essa canção que sai pelas ruas sozinha samba de costas samba de lado rego raro rei dos rabos nunca perde a bossa nem o rebolado * se é essa pica dura de amor tua jura eu juro que acredito me ajoelho e rezo o terço no quarto eu abdico do mundo e me dedico ao ato até deixar-te farto jorrar alto no céu sem cometas palato mole onde duro vc morre enquanto vê estrelas * vem mais me faz tremer até me arre piar me faz gozar até morrer de rir até chorar e mais me faz tremer morder e pe dir mais e en gasgar de rir até tremer a mi nha voz e mais vibrar o ar subir o tom gritar assim vem mais me faz gemer até perder o chão gozar até o amor gritar em mim até você sentir tremer em ti até vc ouvir o trim e mais chorar de rir perder o ar gozar em mim vem mais até calar a voz e rir até vibrar o amor em nós vem mais até soltar e des fazer de nós os nós em mim em ti até não ser ser só depois o amor jorrar em nós sem mais *
9.
Nas curvas 01:29
seu leite em mim vira lata via lactea late cadela no cio enquanto a vida se espraia sobre a pele preta perde-se cada gota é um mar de gene da gente * sem ralação toda questão artes_anal uma relação musical orquestração magistral abre cu entra pau * foda-se. depois me liga. * a vida acontece nas curvas que essa reta faz
10.
Outras asas 01:58
cheia de cheiros prenhe do vento tempo suspenso nos teus cabelos o ocaso do dia Esperando noite de poesia * entre seus óculos e os maremotos entre a maresia e seus ósculos nas entrelinhas entre os trópicos não vai parar de crescer essa onda que nos rodeia esse astral pena que você odeia o litoral enquanto eu entre mares de morros morro de saudades do mar * sob o sopro de Afrodite Bicos em riste Despudoradas tornamo-nos nossas próprias deusas nossa missão, que loucura parir o sol na noite escura nossa intenção uma quimera estender o verão até a primavera nossa paixão pra além de tudo nos eleva a outro estado fazer verão em toda estação não é missão pra uma andorinha sozinha são precisas Preciosas necessárias outras asas *
11.
Duelo 02:36
O amor é um dueto Dança quem souber Deixar o corpo solto Bem me quer mal me quer Bem me quer mal me quer O amor é um duelo Ganha quem perder E souber dar o salto Bem me quer mal me quer Bem me quer mal me quer
12.
Amor a morar 03:38
dar doar perder e perdoar pra não perdurar a dor esperar o sol se pôr arder no ar durar feito planador ver voar pra nunca mais pousar o amor amor amor a morar no torpor dar doar perder e perdoar transpirar com ardor toda dor a dor a dor a dor adorar dissolver transbordar em mar vibrar o ar até virar som
13.
Afrodisíaca 02:22
Rio da risada Da risada mais gostosa Ela vem de Cachoeira e eu Rio quando ela goza Na risada a vingança Que a risada é navalha Corta o mal quebra quebranto E o jorro se espalha Palha q pega fogo Jogo só pra quem se molha Olho no olho encanto Canto com molho na dança Rio da risada Da risada mais gostosa Ela vem de Cachoeira e eu Rio quando ela goza Ela é mina, ela brota Diamante, ouro e prata Ela é pura Purpurina, Linda brilha, ela broca Água que me transborda Nave que me transporta Felina da cor de amora Morena que me namora Rio da risada Da risada mais gostosa Ela vem de Cachoeira e eu Rio quando ela goza * Ocaso do dia Ósculos no escuro Alvorada em mim * Abalo sísmico Correnteza piroclástica Erupção vulcânica Ativa minha eletrostática Dentro do ritmo Das placas tectônicas Prazer emprírico Nessa transa transatlântica Rio flâmula A lava espirra Magnânima Afrodisíaca *

about

Within the poetics of love and sexuality - attributes of Aphrodite - the album brings together recordings from different eras with songs and poems from the erotic poetry book Lingua Brasa Carne Flor (Iara Rennó, Editora Patuá, 2015). There are 5 songs and 8 spokenword tracks. The poems, written and sounddesigned by Iara, are interpreted by artists such as Elza Soares, Negro Leo, Tulipa Ruiz, Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Camila Pitanga, Fabrício Boliveira, Anelis Assumpção, Leo Cavalcanti, Tetê Espíndola, Gustavo Galo and Alzira E. The song tracks include Tara (Negro Leo) and A Não Ser Que Me Ame (Rodrigo Campos and Rômulo Froes), as well as previously unreleased songs by the artist herself.

AfrodisiacA is a love affair of poetry and music, which begins with a photo shoot, turns into video art, gains flavors in gastronomy, and in essence is born to encourage the (re)discovery of female pleasure. Starting with contents of hearing, seeing and tasting through the five (or more) senses, AphrodisiacA engenders in itself signifiers and meanings in kinaesthetic and intersemiotic art. The project presents visual creations by Ava Rocha, Cecília Lucchesi, Mihay, Marina Thomé, among others, which are on Iara's official youtube channel, in a playlist called AfrodisíacA Poetic Visual Experience.


Art cover photo by Caroline Bittencourt
Porduced by Iara Rennó
Mix and master by Frederico Pacheco

credits

released October 22, 2020

license

all rights reserved

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about

Iara Rennó São Paulo, Brazil

Iara Reluxx is danger high voltage. Her work goes from acoustic to electronic, from the experimental to the song, in an intense and diverse musical production that cannot be summed up to a single style. It is in plurality that Iara affirms her uniqueness. She creates and presents multilingual projects and verses about the female sexual freedom in a decolonial and afro-diasporic art. ... more

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